Abstract

Este artigo busca relatar a trajetória e os resultados de uma investigação de três anos, que teve por foco a formação continuada de professores analisada a partir dos saberes produzidos na própria prática refletida destes profissionais. Esse processo se deu através de uma parceria entre universidade/escolas de um município do interior do Rio Grande do Sul – Brasil, tendo como metodologia a pesquisa qualitativa de cunho etnográfico. Ao balizar-se na pressuposição de que as reflexões sobre as próprias experiências podem mobilizar processos potencialmente inovadores, trabalhou-se a luz de indicadores propostos por Cunha (2006), que são: ruptura com a forma tradicional de ensinar e aprender; gestão participativa; reconfiguração dos saberes; reorganização da relação teoria, prática; perspectiva orgânica do processo vivido; mediação; e, protagonismo. Dentro dos principais achados destaca-se que a ação de dar voz ao professor, e ouvi-lo, favorece que esse transgrida e rompa com formas reprodutivas de ensinar e aprender, autorizando-se como produtor de sua própria formação. Nessa perspectiva a formação, através do diálogo, da problematização e da reflexão crítica, sem desconsiderar o tensionamento entre regulação e emancipação, avança e pode resultar em processos educativos mais qualificados, favorecedores do desenvolvimento profissional docente.